Referência quando o assunto é mercado automotivo, a China tem atraído olhares de empresas brasileiras que buscam por inovação. Além de ter um consumo interno expressivo, o país asiático se destaca como um centro de desenvolvimento em expansão. Seja no ramo das montadoras ou em serviços relacionados, o segmento alia modernidade e produtos de ponta, para atender os mais diversos públicos.
Foi para buscar esse tipo de inspiração e agregar novas práticas aos negócios que a catarinense MGFer Máquinas e Equipamentos embarcou com destino à Ásia, no ano passado. Conforme o gerente geral do empreendimento, Marcos Agostini, na bagagem, a empresa trouxe ao Brasil experiências em novas tecnologias e mercados.
Para ele, ao contrário do que muitos brasileiros pensam, é exemplar o comprometimento dos chineses com o que fabricam.
O que mais nos surpreende é o compromisso que eles têm com relação à qualidade. A imagem negativa que se construiu no Brasil não faz jus à qualidade que eles têm lá. Na verdade, essa imagem foi criada por pessoas que buscaram produtos baratos e têm isso como argumento de venda aqui. E elas acabam denegrindo a imagem do produto chinês. Mas ele é de uma superioridade inexplicável”, observa o gerente.
Outro ponto que chamou a atenção de Agostini foi a qualificação técnica e o envolvimento dos funcionários no processo produtivo. O gerente compara que, no Brasil, para desenvolver uma máquina simples, com componentes eletrônicos, os procedimentos são lentos e falta mão de obra qualificada. Enquanto que, na China, essa situação é diferente. “Lá eu vi empresas pequenas dominando tecnologias bem superiores às daqui e com muita facilidade”, pontua.
Sucesso do segmento
Esses dois pontos, aliados à cooperação entre as organizações, são fatores que levam ao sucesso do mercado automotivo chinês. Na avaliação de Agostini, segmentar a produção como eles fazem contribui para que se tornem especialistas no que confeccionam. “Por exemplo, eu vou fabricar uma máquina que possui vários componentes. Então eu vou fabricar o componente X, outra empresa fabricará o Y e uma terceira empresa fará o componente Z. E assim vai indo. Eles acabam se tornando muito experts naquilo que produzem, pois não tentam abraçar todo o processo produtivo”, ilustra o gerente.
Sonho de um empreendedor
Em atividade desde 2011, a MGFer atua como fabricante e distribuidora de equipamentos para reparação e manutenção automotiva. Fruto de um sonho de Agostini, o empreendimento tem sede em Rio do Campo (SC), cidade que fica a quase 300 quilômetros da capital, Florianópolis. “Eu era funcionário público, trabalhava em uma instituição financeira, mas desde muito jovem tinha vontade de empreender. Até que um dia tive a oportunidade de adquirir uma empresa que fabricava elevadores”, conta o gerente.
No início, Agostini deu sequência à atividade do antigo proprietário, até que identificou uma oportunidade no mercado automotivo. Após estudos, ele percebeu que era possível ampliar o projeto, agregando outros produtos ao catálogo, como rampas e alinhadores. “Temos então desde produtos mais básicos até os mais sofisticados, com alta tecnologia. Temos um departamento que cuida da parte de engenharia de projetos, para que nossos produtos possuam tecnologia que os diferencie no mercado”, ressalta Agostini.
Com quase dez anos de história, a MGFer concentra as atenções ao mercado interno. Porém, para 2020, os projetos já se voltam a ultrapassar as fronteiras brasileiras. Conforme o gerente geral, o intuito é expandir os negócios para o Mercosul.
Projeto 2.0 em ação
Outro projeto em destaque neste ano é o MGFer 2.0, que visa impulsionar a empresa a um novo patamar. A iniciativa agrega diferentes frentes de trabalho, que envolvem fatores internos e externos. “Nosso objetivo é, em dois anos, nos tornar o principal player do Brasil. É ser uma referência do segmento. Então temos várias ações individuais em encaminhamento, mas que se complementam”, aponta Agostini.
Entre essas ações está a qualificação do grupo de trabalho externo, voltado às vendas. A medida busca que os representantes possam identificar a necessidade dos clientes e, assim, oferecer melhores soluções. Para isso, um centro de treinamento foi construído em Rio do Campo. A estrutura, de aproximadamente 400 m², funcionará tanto para a qualificação técnica interna – e também externa – quanto como um show room da marca.
