SC Par projeta ações para os portos de Santa Catarina

Instituição administra São Francisco do Sul e Imbituba e prepara um programa de investimentos

Diretor Presidente da SC Participações e Parcerias SA (SC Par) - Foto Secom/SC

Esta é uma das frentes de trabalho do empresário, Gustavo Salvador Pereira, que assumiu a SC Par em janeiro deste ano. Objetivo é melhorar a gestão e eficiência para atrair linhas marítimas e aumentar a movimentação de cargas

O Mundo dos Negócios – O que é a SC Participações e Parcerias SA (SC Par) na prática? Quais os projetos que tem envolvimento hoje?

Gustavo Salvador Pereira – A SCPar hoje é ume empresa que trabalha com 3 eixos de atuação: a) fomento ao empreendedorismo e Inovação; Estruturação de projetos de desestatização (PPPs, Concessões e demais projetos de desestatização); e Planejamento, Coordenação e controle dos portos delegados.

Estamos planejando ações que permitam uma sustentabilidade do nosso primeiro eixo, com fomento ao empreendedorismo e inovação. Estamos também trabalhando num projeto de parceria de investimento, focado em PPPs, concessões e outros projetos de desestatização, como alienação de ativos do Estado. Além disso também estamos prestando um suporte na liquidação das empresas CODESC e COHAB, indicando o liquidante e acompanhando as ações para garantir celeridade no processo.

Nos portos estamos projetando um programa de investimentos para os portos de São Francisco do Sul e Imbituba, com arrendamentos de áreas e aquisição e modernização de equipamentos portuários. Além de trabalharmos como apoio estratégico à gestão destas subsidiárias.

OMDN – Qual é a avaliação que o senhor faz destes primeiros meses à frente da SC Par?

GSP – Estamos fazendo um trabalho de revisão do planejamento estratégico da companhia, a medida em que resolvemos questões emergenciais, como a regularização de aditivos junto a ANTAQ referente ao Porto de São Francisco do Sul, adaptação da companhia a Lei das Estatais, composição da gestão das empresas subsidiárias e coligadas. A intenção é fortalecermos os eixos de atuação da companhia com o objetivo de fortalecer o caixa do Estado, seja indiretamente, através da geração de investimentos que gerem emprego e renda, seja diretamente, com aumento da produtividade dos portos, com outorgas de concessões, alienação de ativos e desoneração de obrigações hoje executadas diretamente pelo Estado e que podem ser executadas pela iniciativa privada de forma mais eficiente.

OMDN – Um dos objetivos da SCPar é gerar investimentos no Estado, através de participações societárias, ou pela celebração de contratos, nos regimes de parcerias público-privadas ou de concessão de serviços públicos. Este objetivo está sendo cumprido?

GSP – Estamos revendo as participações societárias. Esta atribuição está sendo avaliada. Já as PPPs e concessões estão sendo impulsionadas pela SCPar como nunca ocorreu antes. Estamos em fase final de preparação do edital para concessão do Centro de Evento de Balneário Camboriú e, na sequência, já faremos o de Canasvieiras, em Florianópolis. Também estamos auxiliando o Governo na construção do projeto de lei que criará o Programa de Parcerias e Investimentos de Santa Catarina, nos moldes do que faz o programa do Governo Federal. Além disso, estamos trabalhando na capacitação de servidores de carreira para atuarem nessa área de desestatizações, pois gerenciar contratos de 25 anos em média do poder público com a iniciativa privada não é uma tarefa fácil e exige um conhecimento técnico específico.

OMDN – Como a atuação da SC Par pode incentivar o desenvolvimento dos negócios internacionais de Santa Catarina?

GSP – A atração de investimentos internacionais, principalmente no setor de infraestrutura, precisa ser organizada, preparada, pois via de regra se dá através de um modelo de desestatização, ou seja, com a concessão ou venda de algum ativo. Assim, cabe à SCPar a tarefa de gerar um portfólio de projetos, demonstrando a sua viabilidade econômico-financeira, de modo que gere confiança e por consequência um interesse real de investimento, que é diferente dos movimentos hoje que são apenas o de prospecção de negócios.

OMDN – O Porto de Imbituba é uma necessidade para o Sul, mas hoje sem rotas de longo curso. Ou seja, não pode receber e nem levar mercadorias diretamente da América do Norte, Europa ou Ásia. O que está sendo feito para que ele seja realmente diferencial no desenvolvimento do Sul?

GSP – É importante deixar claro que um Porto não tem autonomia e condições de definir quais linhas marítimas devem fazer uso dele. Isto compete ao armador, ou seja, as companhias de navegação. Cabe à administração desenvolver ações para melhorar a gestão e eficiência, tentando atrair linhas específicas. Na definição de uma linha marítima os armadores levam em consideração o volume de cargas da região, a frequência dessa carga, a eficiência do porto, dentre outros fatores. Imbituba, em parceira com os atores portuários da região continua as tratativas para atrair mais linhas, em especial para a Ásia e América do Norte.