Portos de A a Z: conheça o Porto de Hong Kong

Estrutura alavanca desenvolvimento da região, situada na principal rota comercial do Extremo Oriente

Foto: Conselho Marítimo e Portuário de Hong Kong

Hong Kong – ou Xiang Gang, assim chamada em mandarim – é hoje conhecida por ser uma grande metrópole global. Ela é destino de milhões de pessoas, que migram com o intuito de fazer compras, turismo e se envolver em altas finanças. Os aproximadamente 7,5 milhões de habitantes vivem neste ponto de fusão entre o cosmopolitismo ocidental e a reminiscência oriental, onde aspectos contrastantes coexistem harmoniosamente, frutos de uma história repleta de episódios marcantes.

Neste país de dois sistemas – estrutura capitalista com espírito socialista – as línguas oficiais são o inglês e o chinês. Oficialmente, possui status de região administrativa especial, ou seja, um território autônomo que funciona como um estado independente. Desse modo, detém o poder de assinar acordos comerciais com outras nações e organizações estrangeiras. No entanto, os domínios da defesa e das relações internacionais estão subordinados ao Governo Central de Pequim. Algo relativamente recente, tendo em vista que, de 1842 a 1997, Hong Kong pertencia à Grã-Bretanha, por conta do tratado assinado no fim das Guerras do Ópio.

O secular porto de Hong Kong possui ampla importância no desenvolvimento da região. Privilegia-se pela localização na península de Kowloonna, na Baía Victoria. Esse abrigo natural de águas profundas propicia condições ideais para atracar e manusear todos os tipos de embarcações. Considerado o grande portal entre o Mar do Sul e a China continental, nele predominam o comércio de produtos manufaturados em contêineres e, em menor escala, de matérias-primas e passageiros.

Infraestrutura portuária com localização estratégica

Entre as instalações de movimentação de carga do porto de Hong Kong há terminal de comércio fluvial, ancoradouros e berços particulares. De pequenos juncos com velames extravagantes a cargueiros colossais, barcos de praticamente qualquer tamanho e calado podem ser ali acomodados. Em 2017, o OOCL Hong Kong, maior navio de contêineres do mundo na ocasião, com 400 metros de comprimento, foi registrado no local.

Crédito da imagem: HKCTOA

O porto compreende os terminais de contêineres de Kwai Tsing. São nove terminais controlados por cinco operadores do setor privado: Modern Terminals Ltd. (MTL); HongKong International Terminals Ltd. (HIT); COSCO Information & Technology (H.K.) Ltd.; Goodman DP World (DP); Asia Container Terminals Ltd. (ACT).

Apesar da diminuição recente na movimentação de cargas, ele permanece entre os maiores do mundo. Ele foi o porto mais movimentado de 1987 a 1989, de 1992 a 1997, e também de 1999 a 2004. O recorde foi em 2007, quando recebeu aproximadamente 456 mil embarcações, transportando 23,9 milhões de TEUs e 25 milhões de passageiros. Atualmente ocupa a sétima colocação do ranking mundial, com 18,3 milhões de TEUs movimentados em 2019.

A administração do porto é tutelada pelo Departamento de Marinha, com o Comitê de Operações Portuárias assessorando nos assuntos operacionais. É ele o responsável por garantir as condições ideais, de modo que os navios adentrem o porto, trabalhem as cargas e saiam da maneira mais eficiente e segura possível. Também auxilia no que tange as boias de navegação e de atracação de navios, administra três terminais de travessia de fronteira e oito áreas de trabalho de carga pública. O tempo médio de resposta para navios contêineres em Hong Kong é em torno de 10 horas. Para embarcações convencionais, que trabalham no meio do fluxo em boias ou ancoradouros, são 42 e 52 horas, respectivamente.

Governo chinês presente com a frota

O porto de Hong Kong é o lar de mais de 600 embarcações de diferentes tipos e tamanhos da frota do governo chinês. Cerca de 150 são grandes navios mecanizados que atendem departamentos do governo, como Polícia Marinha, Bombeiros, Alfândega e Imposto de Renda. O próprio Departamento Marítimo controla outras 100 embarcações, incluindo lanchas de patrulha, veículos de transporte de pessoal, barcaças autopropulsadas, entre outras. Essas embarcações fornecem suporte às operações portuárias do órgão ou atendem a outros departamentos que não possuem frota própria.

O estaleiro do governo é responsável pelo projeto, aquisição e manutenção de todas as embarcações na qual ele é proprietário. Ocupa uma área de 980 mil metros quadrados na Ilha de Stonecutters. Além disso, possui bacia de água protegida de 83 mil metros quadrados, como base operacional para embarcações controladas pelo Departamento Marítimo. O estaleiro possui um sistema de elevação de navios e três guinchos capazes de atracar navios de até 750 toneladas. Um sistema de informações computadorizado on-line é empregado para coordenar as atividades de manutenção e os serviços de suporte, para maximizar a eficiência e disponibilidade das embarcações.

A China avançou na indústria marítima nas últimas décadas. Um dos principais fatores que contribuiu para essa conquista foi o desejo da nação e do povo em estabelecer grandes precedentes para o mundo. O porto de Hong Kong é um exemplo disso. Seja pela posição estratégica ou infraestrutura, tornou-se uma parada fundamental aos operadores marítimos ocidentais que desejam alcançar as partes mais distantes do mundo oriental.

Ficou interessado em saber mais sobre os portos espalhados pelo mundo? Acesse a nossa Comexpedia e conheça a estrutura dos complexos portuários de outros países.

Clique aqui e receba as notícias do OMDN diretamente no WhatsApp.