Portonave recebe maior navio operado na costa brasileira

Porta-container realizará manobra especial na nova Bacia de Evolução do complexo portuário de Itajaí e Navegantes

Crédito da imagem: Divulgação/Portonave

O Complexo Portuário de Itajaí e Navegantes (SC) alcançou mais uma marca histórica: receber o maior navio já operado na costa brasileira. O APL Paris, do armador CMA CGM, atracou na Portonave nessa terça-feira (16), na margem esquerda do Rio Itajaí-Açu. Para deixar o porto, nesta quarta-feira (17), a embarcação realizará uma manobra especial na nova Bacia de Evolução do complexo.

Com 347 metros de comprimento e 45,2 metros de largura (boca), o APL Paris tem capacidade para transportar 10.789 TEUs. Ele atracou no Porto de Navegantes após sair de Caucedo, na República Dominicana. Do complexo portuário catarinense, o porta-container segue viagem para Singapura. Segundo a Portonave, a operação é um “extra call”, já que consiste em uma atracação única na América do Sul, sem linha regular.

Atracação e manobra especial

O APL Paris entrou no canal de acesso ao complexo portuário de proa (frente). A manobra teve início às 12h55min dessa terça-feira e foi finalizada às 14h02min. Já a desatracação ocorre no fim da manhã desta quarta-feira, em meio a expectativas das autoridades portuárias e marítimas locais. O porta-container sairá de popa (ré) do berço da Portonave e será rebocado até a área da nova Bacia de Evolução, na baía Afonso Wippel. Ali, o navio realizará um giro de 180 graus, saindo de frente para o mar. Em caso de condições climáticas adversas, o procedimento poderá ser cancelado.

Esta será a sexta manobra especial com giro na nova etapa de testes na Bacia de Evolução. As operações envolvem navios com até 350 metros de comprimento. Nessa fase, são aguardadas 24 manobras especiais, já que são contabilizadas tanto as entradas quanto as saídas das embarcações.

Competitividade do complexo portuário

A escala inédita do APL Paris no Brasil simboliza um marco para o complexo de Itajaí e Navegantes, tornando-o mais competitivo. Antes da inauguração da nova bacia, a estrutura portuária encontrava limitações para receber navios de grande porte. Agora, a operação dos chamados mega-ships se tornam realidade, indo ao encontro das demandas do mercado internacional.

O Porto de Navegantes foi escolhido para a escala por ser um dos únicos do país com a capacidade operacional necessária. “A Portonave tem estrutura plena e capacidade para receber os navios, com área, equipamentos e mão de obra capacitada para operar os maiores navios”, garantem o gerente de operações da Portonave, Emanuel Jorge, e o supervisor comercial, Luís Lemos.

Para eles, a nova Bacia de Evolução desempenha um papel importante para o futuro do porto. “Significa se manter competitivo no mercado marítimo, pois existe uma tendência de navios maiores. E, por esse motivo, precisamos continuar evoluindo no cenário econômico estadual, nacional e mundial. Além disso, a nova bacia de evolução representa a consolidação do complexo portuário e da Portonave como um dos maiores e principais movimentadores de contêineres no país”, evidenciam.

Atualmente, o complexo é o segundo maior movimentador de contêineres do país. Os portos de Itajaí e Navegantes respondem por 70% da balança comercial catarinense e 5% da balança comercial brasileira.

Segunda etapa das obras

As operações com manobras especiais na nova Bacia de Evolução iniciaram no dia 16 de janeiro de 2020. Durante três meses, na primeira fase de testes, a estrutura recebeu navios com até 306 metros de comprimento. Em junho, o complexo passou a operar embarcações maiores, de até 350 metros – o que contempla o APL Paris.

Enquanto acompanham a evolução do processo, os gestores do complexo portuário já trabalham para viabilizar novas obras na Bacia de Evolução. Uma ampliação da estrutura fará com que Itajaí e Navegantes possam receber embarcações de 366 a 400 metros de comprimento. “Basicamente a segunda fase da obra consiste no ‘alargamento’ do canal de entrada, com um novo posicionamento do molhe norte (Navegantes). O início dela depende de recursos federais e, por hora, não temos data de início prevista”, pontuam Jorge e Lemos.

Na primeira etapa da obra, que é como está atualmente, a Bacia de Evolução contempla 500 metros de diâmetro e 14 metros de profundidade.

Confira mais detalhes sobre a Bacia de Evolução na Revista O Mundo dos Negócios – 17ª edição.  

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