Porto de Santos: uma porta para o desenvolvimento

Complexo portuário localizado em São Paulo figura entre os maiores da América Latina

Crédito: Estúdio 58 Imagens Aéreas/Divulgação SPA

Uma estrutura imponente, que, há mais de um século, acompanha e impulsiona o desenvolvimento brasileiro. Assim é o Porto de Santos, o maior do Brasil e um dos principais da América Latina em movimentação de cargas. O complexo localizado em São Paulo responde a quase 30% das operações portuárias brasileiras, consolidando-se como principal porta de entrada e saída de mercadorias do país.

Em 2019, por exemplo, o complexo paulista registrou recordes em movimentação geral e em carga conteinerizada. Segundo a Santos Port Authority (SPA), empresa pública que administra o porto, o ano fechou com 134 milhões de toneladas operadas. Em relação a contêineres, foram 4,1 milhões de TEUs.

Entre as cargas mais movimentadas em Santos está o café em grãos, produto historicamente ligado ao desenvolvimento do porto. Além disso, também ocupam lugar de destaque entre importações e exportações o milho, adubo, óleo diesel, celulose, soja, carnes, entre outros itens.

Ampla estrutura em território paulista

Em operação há 128 anos, o Porto de Santos está localizado a 70 quilômetros do maior mercado consumidor e produtor da América Latina. Atualmente, o complexo conta com área aproximada de 8 milhões de metros quadrados. Nela, estão instalados 51 terminais, sendo 37 arrendamentos, oito retroportuários e seis terminais de uso privado (TUPs). Eles ficam em duas margens do estuário: uma em Santos (direita) e outra em Santos e Guarujá (esquerda).

Os terminais são especializados em diferentes operações, como carga geral solta e conteinerizada, veículos e granéis sólidos e líquidos, além dos dedicados a passageiros. A estrutura conta com aproximadamente 70 berços para atracação de navios. O calado operacional máximo varia entre 12,7 metros e 14,5 metros.

Anualmente, quase 5 mil navios atracam no Porto de Santos, envolvendo rotas nacionais e internacionais. Porém, a capacidade do canal permite que esse número seja ampliado, recebendo até 12 mil embarcações ao ano.

Marco histórico para o Brasil

Trapiches do porto de Santos | Divulgação/SPA

Além dos resultados operacionais e da dimensão estrutural, o complexo portuário representa outro marco para a história brasileira. Santos foi o primeiro porto organizado do país, com origem em um modesto atracadouro inaugurado no fim do século XIX.

A chegada do navio inglês Nasmith, em 2 de fevereiro de 1892, inaugurou os primeiros 260 metros de cais. Com a antiga estrutura rudimentar de trapiches deixada para trás, o Porto de Santos pôde intensificar as atividades e promover o desenvolvimento, impulsionado principalmente pelas exportações de café.

Cia Docas, Codesp e SPA: as gestões do Porto de Santos

A gestão do porto passou por mudanças ao longo da história. Quando oficialmente inaugurado, ele estava sob concessão da Companhia Docas de Santos. Assim permaneceu por 90 anos, quando passou para administração da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp). Essa sociedade de economia mista só se tornou uma empresa pública em 2018, quando ocorreu a recompra das ações de acionistas minoritários privados.

Em 2019, nova mudança: é lançado o nome fantasia Santos Port Authority, marcando a nova fase e reposicionamento da empresa. Além disso, em março de 2020, a SPA alterou também a denominação social, agora Autoridade Portuária de Santos S.A, em substituição à Codesp.

Atualmente, a SPA é vinculada à Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários (SNPTA) do Ministério da Infraestrutura (MInfra). A empresa pública é responsável por todo o planejamento logístico e administração do Porto Organizado de Santos.

Estudos para desestatização do porto

Crédito da imagem: Divulgação/SPA

Apesar da atual administração pública, a estrutura portuária paulista deve ser, em breve, concedida à iniciativa privada. Isso porque estão em andamento estudos para a desestatização do Porto Organizado de Santos e da Codesp. Segundo o governo federal, a proposta é para atrair investimentos e modernizar a gestão portuária, resultando em melhoria das operações.

Em maio, o MInfra e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) firmaram contrato para início dos estudos. Essa fase de pesquisa visa identificar novos modelos de gestão e exploração tanto do Porto de Santos quanto o de São Sebastião, também em São Paulo. A previsão é que o diagnóstico esteja concluído até o primeiro trimestre de 2021. Já o leilão das duas estruturas portuárias é projetado para 2022.

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