Porto de Hamburgo – Navios, marinheiros, hambúrguer e Beatles

Continuação da série "Porto de A a Z" traz informações sobre a principal estrutura portuária da Alemanha

Crédito da imagem: HHM

A cidade de Hamburgo respira através de seu porto. Considerado o “Portal para o Mundo” para os germânicos, teve fundamental importância nos alicerces históricos da região e segue vital à economia alemã. É o maior do país, e ranqueia entre os 15 maiores do mundo, movimentando anualmente cerca de 10 milhões de TEUs em suas 60 docas situadas em uma área de 75 km², podendo receber simultaneamente mais de 300 navios para carga e descarga.

Crédito da imagem: HHM

Apesar de estar localizada a cerca de 100 km do Mar do Norte, a região é geograficamente privilegiada devido às ramificações fluviais naturais. Por isso, o Porto de Hamburgo se torna extremamente conveniente para as empresas com rotas entre América e Ásia. O próprio “Pai da Europa”, o imperador Carlos Magno, percebendo a notoriedade estratégica do território, no ano 808, foi quem lá promoveu a primeira construção permanente: um castelo chamado “Hemmaburg”, objetivando defesa do local contra invasões eslavas. Nos séculos seguintes, as poderosas incursões Vikings na virada do 1º milênio, o Grande Incêndio de 1842 e os intensos bombardeios da 2ª Guerra Mundial quase devastaram por completo os burgos hanseáticos. Entretanto tais tragédias não extinguiram, e sim apenas corroboraram com a riquíssima história e espantoso poder de renascimento de Hamburgo.

Ligação direta com o mundo

Berço de dois dos maiores armadores da atualidade, Hapag Lloyd e Hamburg Süd, é praticamente impossível não ligar a cidade ao Comércio Exterior. Com grande procura turística, inclusive pelos próprios alemães, Hamburgo conserva o charme bucólico da atmosfera marítima sem perder o ritmo de grande metrópole moderna. Carinhosamente chamada por seus habitantes (aproximadamente 1,8 milhão) de “Schönste Stadt der Welt“, ou seja, a “Cidade mais linda do mundo”, também é referenciada como “A Veneza do Elba”, tendo em vista as suas mais de 2.500 pontes. Esses são apenas alguns de seus aspectos marcantes, além da Reeperbahn, uma das avenidas mais conhecidas, famosa por seus pubs e lugares que os piratas costumavam frequentar.

Hoje no Departamento de Exportação da Eliane, Annie Eliseu guarda consigo ótimas lembranças de sua experiência profissional atuando pela Hamburg Süd em 2013. “O povo lá é receptivo, já por ter essa atmosfera do porto, uma verdadeira cidade internacional onde boa parte dos cidadãos falam inglês. Tem tantos canais quanto Amsterdã e Veneza, ainda mantém a estrutura dos antigos armazéns, ‘Speicherstadt‘, recepção e armazenagem das cargas que chegavam, hoje tombados como patrimônio histórico da Unesco, também é possível fazer passeios e barco ao longo do Rio Elbe e vislumbrar o porto, um verdadeiro cartão-postal bem na janela do meu antigo escritório”, recorda Annie, ao longo dos quase três anos em que lá viveu.

Curiosidades históricas

Levado pelos inúmeros imigrantes alemães embarcados no Porto de Hamburgo, o hambúrguer chegou à América no século XIX, razão pela qual seu primeiro nome no Novo Mundo durante décadas foi “Hamburg Beef”. Também foi no Porto de Hamburgo, mais precisamente na década de 60, que uma pequena van desembarcou de um navio vindo da Inglaterra com um quarteto que revolucionaria o mundo da música para todo o sempre. Como Lennon e Paul costumavam afirmar: “Nascemos em Liverpool, mas crescemos e aprendemos a tocar em Hamburgo”.

A icônica cidade portuária não é apenas o motor econômico e social de toda uma região, gerando mais de 150 mil empregos direta ou indiretamente. Mas também o primeiro lar do hambúrguer e a segunda casa dos Beatles.

 

Com informações de WPSMarvest

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