Rota do container: da escala dos navios até a devolução

As etapas da importação dentro do porto seguem a execução de um planejamento rigoroso

Container ship Kota Layar atracado na Portonave, em Navegantes, Santa Catarina - Foto de lotsemann, CC BY-SA 2.0

Até entrar ou sair do país as mercadorias percorrem um grande caminho e você já parou para pensar como ele é? Sim, porque após a negociação que define a importação/exportação entre vendedores e compradores, o trabalho passa a ser fazer o produto ser transportado e entregue em seu destino final. O transporte marítimo é o principal meio pelo qual isso acontece. A seguir, relatamos como ocorre este processo dentro da Portonave – Terminais Portuários de Navegantes. A sequência é baseada na série ‘O caminho do container’, que auxilia no entendimento do processo de liberação de um container e as áreas que estão envolvidas em cada etapa, criada pela área de Comunicação Corporativa e Responsabilidade Social da Portonave. Este passo a passo é um fluxo de importação específico do Terminal, mas é semelhante a outros portos do Brasil.

Planejamento do navio

A escala dos navios é semanal ou quinzenal e faz parte de um serviço, que é a rota dos portos por onde o navio passa. Então a cada semana ou quinzena, em determinado dia, o navio tem a sua janela para atracação – intervalo de tempo em que pode atracar no Terminal.

O navio chega ao terminal

Os planejadores de navio definem qual será o berço (local no cais onde encosta o navio) de atracação. Toda embarcação tem um plano de operações, que contempla o número de ternos (conjunto formado por colaboradores mais equipamentos). A Portonave dispõe de três berços de atracação e recebe navios com até 306 metros de comprimento por 48 metros de largura (boca), com capacidade entre 6 mil e 8 mil TEUs (TEU = unidade de medida equivalente a um container de 20 pés). É proibido subir a bordo do navio qualquer pessoa que não esteja ligada à operação do navio.

Desembarque do container

O portêiner (STS), guindaste com capacidade de içamento de 75 toneladas, faz o movimento do container do navio para o caminhão. O objetivo é trabalhar com agilidade para aumentar a produtividade e otimizar o tempo em que o navio permanece atracado no Terminal. Este processo deve ser realizado com respeito às normas de segurança. Em média, um navio de 300 metros de comprimento opera com quatro portêineres. Cada container demora cerca de um minuto para ser movimentado, embora esse tempo dependa de onde o container está posicionado no navio. Após o término das operações de embarque e descarga, o navio está pronto para seguir viagem para o próximo porto de destino.

Posicionamento do container

O veículo portuário (TT), uma carreta reforçada, é responsável pela movimentação dos containers entre o cais e as pilhas de containers. Tem capacidade de suportar cargas com até 40 toneladas e, após receber o container do portêiner, leva à localização já definida pela equipe de planejamento do Porto com antecedência. O plano é rigorosamente seguido pela operação. O pátio da Portonave tem capacidade para 30 mil TEUs e está dividido em quadras numeradas para melhor localização das unidades.

Inspeções

O posicionamento dos containers para inspeção ocorre a pedido dos órgãos intervenientes e pode ser feito para várias finalidades. Eles são levados a uma área destinada única e exclusivamente ao atendimento das demandas desses órgãos – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Receita Federal. Para o MAPA vegetal, por exemplo, ocorre sempre que a caga vier acondicionada em embalagem de madeira (caixa, pallets).

Liberação do container

O Comex dentro da Portonave é a área do departamento comercial responsável por analisar toda solicitação e documentação que é entregue. Estes documentos são necessários para a liberação das cargas de importação que foram desembaraçadas – termo usado quando há a liberação por parte da Receita Federal – na Portonave. Os despachantes acessam o portal de serviços da Portonave e criam o fluxo informando alguns dados necessários (Ex.: número da Declaração de Importação (DI) e containers). Posteriormente eles enviam a documentação física necessária para liberação.

Carregamento

Para a retirada do container, a unidade deve estar liberada. Na importação, a verificação é feita com os setores de Faturamento e Comex. Liberado por ambos os setores, o agendamento é feito em janelas de duas horas e a liberação acontece no Gate. A Portonave possui dez gates para acesso dos caminhões ao Terminal. No prédio ao lado dos gates, há uma sala de espera e banheiros com duchas para uso dos motoristas. Para todas as operações de transporte no Gate, apenas motoristas cadastrados têm acesso ao Terminal – com a utilização de crachás e biometrias.

Entrega na empresa e devolução do container vazio

Após a saída do terminal, a mercadoria segue por rodovia até o armazém direcionado pelo importador. O processo só termina com a entrega do container vazio em terminal direcionado pelo Armador. O contentor deve estar da mesma forma em que foi recebido, ou seja, limpo e sem avarias. Caso haja alguma verificação diferente, haverá a cobrança referente ao constatado. Após a devolução, a transportadora recebe a Minuta de Devolução que confirma o encerramento do processo de movimentação do container.

Ficou interessado em saber mais sobre os containers? Acesse a Comexpedia e sabia sobre os diferentes tipos de containers utilizados no transporte marítimo e aéreo.