Nuvem de gafanhotos: governo brasileiro declara emergência fitossanitária

Portaria tem caráter preventivo e abrange os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina

Crédito da imagem: Divulgação/Ministério da Agricultura/Senasa/Governo da Argentina

Como medida preventiva, o governo brasileiro decretou estado de emergência fitossanitária pelo risco de surto de gafanhotos (Schistocerca cancellata) no país. A determinação é válida para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, áreas produtoras que podem ser atingidas pela nuvem de insetos que está na Argentina. A determinação é regulamentada pela Portaria nº 201 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O texto foi publicado no Diário Oficial da União desta quinta-feira (25).

O estado de emergência vigorará por um ano, para auxiliar na implementação de um plano estratégico preventivo. “Essa portaria precisa ser feita antes do evento para que, se acontecer, algumas ações possam ser feitas pelos governos estaduais onde há possibilidade de essa nuvem chegar. Estamos monitorando, mas tudo indica que ela vai ficar mesmo no Uruguai por enquanto. Se o clima continuar favorecendo, ela nem chegará ao nosso território”, ressalta a ministra da Agricultura, Tereza Cristina.

Com a portaria, os governos gaúcho e catarinense podem orientar e colocar à disposição dos agricultores os métodos necessários para combater a praga.

Utilização de aviões agrícolas contra os gafanhotos

A preocupação com os gafanhotos se intensificou nesta semana, quando a nuvem foi registrada a menos de 150 quilômetros da fronteira com o Brasil. Caso avancem pelo sul do país, os insetos podem provocar sérios danos ao agronegócio dos dois estados, pois atacam plantações e pastagens.

Autoridades brasileiras têm estudado possíveis medidas para controlar a praga. Em uma delas, o Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag) colocou à disposição do Mapa todos os aviões pulverizadores do Rio Grande do Sul.

A aviação agrícola é considerada uma das táticas mais eficientes para combater as nuvens de gafanhotos. Ao contrário de outros métodos, ela não atua quando os insetos estão em deslocamento, mas quando eles “estacionam” em alguma área. Além disso, os aviões conseguem agir de forma mais ágil e abrangente do que os veículos por terra.

Influência direta das condições climáticas

Senasa monitora gafanhotos pela Argentina

Desde maio, o Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar da Argentina (Senasa) tem acompanhado a nuvem que invadiu o país. Nesta semana, o departamento argentino informou que a praga está se dirigindo para o Sul, em direção ao Uruguai. O principal fator que interfere no deslocamento dos gafanhotos é a condição climática, como ventos e chuva.

Conforme o Mapa, até o momento, dados meteorológicos apontam que é pouco provável os gafanhotos avançarem em território brasileiro. “Temos esperança de que, se chegar alguma coisa dessa nuvem no Brasil, já chegará bem diminuída. Mas estamos monitorando”, pontuou a ministra.

Monitoramento da nuvem de gafanhotos

No último boletim do Senasa, emitido nessa quarta-feira (24), o monitoramento apontava que a nuvem seguia para o Sul da Argentina. No entanto, não havia uma localização precisa da área onde ela estava. De acordo com o serviço argentino, com dia nublado e temperaturas mais baixas, a presença dos gafanhotos não foi registrada.

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