Mercado da informática está entre os grandes negócios globais

Setor competitivo e rigoroso exige conhecimento dos negócios internacionais na busca pelos melhores produtos e preços

O avanço da tecnologia sobre todos os setores colocou a indústria de informática entre os grandes negócios globais. E como todo mercado gigantesco a competitividade é acirrada, exigindo dos players envolvidos uma atenção a cada detalhe do processo desde a produção até a venda final ao consumidor.

“Não somente a informática, mas acredito que o mercado de inovação em geral tende a crescer ainda por muitos anos. Vejo que estamos na Era da Informação e isso devido ao salto tecnológico que se teve principalmente nos séculos XX e XXI. Porém, definitivamente é um mercado muito competitivo e rigoroso, tanto o nacional quanto o internacional”, avalia Caio Oliveira, que atua no setor de compras e importação da PowerPC, empresa de Belo Horizonte que atua no comércio de equipamentos de informática.

Segundo a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) a indústria de equipamentos de informática nacional cresceu 2% em 2018, O número ainda pode ser interpretado como um reflexo de como o mercado internacional ainda domina o setor, mesmo com uma melhora na qualidade do que é produzido no Brasil. As importações foram de $ 31,7 milhões de dólares contra $ 5,6 milhões de dólares em exportações.

Os importados ainda são os mais procurados devido a sua reputação e tempo no mercado. Há uma sinalização de melhora no mercado interno, porém, neste ramo ainda é difícil se sobressair em meio a produtos já consolidados. Preço e qualidade fazem a total diferença, variam de acordo com a necessidade de cada cliente, mas, com toda certeza pesa muito no momento da escolha do consumidor”, comenta Oliveira.

Vitor Bosco e Caio Oliveira atuam no setor de compras
e importação da PowerPC, de Belo Horizonte

A busca pelas melhores opções no mercado externo para atender as demandas dos clientes brasileiros domina as rotinas de trabalho do time de importação da PowerPC, Caio, inclusive, já esteve em Hong Kong e China “visitando feiras de tecnologia para prospecção de fornecedores e visitando fábricas desses fornecedores”, completa.

A PowerPC tem atuação de quase duas décadas no mercado de informática com venda de produtos nacionais e importados. “No início o foco era o varejo, ao longo dos anos foi se expandindo, ganhando experiência de mercado e consolidando parcerias saudáveis. Hoje permanece atuando com o consumidor final, porém o foco é a indústria e distribuição”, finaliza Caio Oliveira.

Transporte aéreo é o mais utilizado neste segmento

A demanda pelo transporte internacional de equipamentos de informática para o Brasil é grande, já que os principais produtos e componentes comercializados são produzidos em outros países.

Devido as suas particularidades, o modal aéreo é o mais utilizados neste segmento. O mercado sofre influência direta do câmbio e impossibilita a manutenção de grandes estoques. Dessa forma a reposição é constante. A atualização tecnológica, com novidades e lançamentos a toda hora também exerce influência, pois nenhum importador quer ficar com produtos obsoletos no estoque.

O diretor comercial da Ethima Logistics, Rafael Schneider, conta que tem uma frequência quase que diária de embarques aéreos de processadores, placas de vídeo, memórias, HDs e placas-mães. “Este último é um item que requer atenção ao embarcar. Este produto possui uma bateria de lítio integrada a ele, por isso, todas as companhias aéreas exigem a apresentação da MSDS, material safety data sheet, para uma análise e autorização prévia. Em algumas situações, quando informado na MSDS, o embarque deste produto só pode acontecer em avião cargueiro”, relata.

Segurança no transporte

Um mercado em ascensão e grande demanda, mercadorias de alto valor agregado e de fácil liquidez também tornam os equipamentos de informática muito visados para roubo de carga.

Não é uma situação específica do Brasil e sim de todo o mundo. No momento em que estes produtos saem das fábricas o risco se inicia”, afirma Schneider.

A contratação de operadores logísticos de confiança tanto no país de origem como no de destino é importante para diminuir os riscos. “Profissionais e empresas com conhecimento dos procedimentos que asseguram o transporte deste tipo de carga, faz com que o risco seja consideravelmente minimizado e ajuda a blindar a operação”, reforça Schneider.

Valor agregado

Outra situação bastante comum neste seguimento e que ainda está relacionada ao valor agregado dos produtos, é o limite de valor para a averbação do seguro de carga para o transporte rodoviário do trânsito aduaneiro para remoção da carga para o aeroporto de destino final onde será nacionalizada a carga. Todas as transportadoras possuem um valor limite para averbação da carga por conhecimento de embarque internacional (AWB) para o trânsito aduaneiro. Acima de um determinado valor, que varia entre a transportadora e seguradora utilizada, passa a ser exigido a utilização de veículo dedicado, escolta ou caminhão cofre. Estes procedimentos aumentam significativamente o valor do transporte internacional da carga.