Formação profissional precisa de equilíbrio entre teoria e prática

Estar atento ainda a questões comportamentais também ajuda a se inserir no mercado

Entre cifras bilionárias, flutuação cambial, preços de commodities e balança superavitária ou deficitária está o profissional de comércio exterior. Podendo atuar em várias frentes, é ele quem negocia compra ou venda de produtos com outros países, presta consultoria para que empresas importem ou exportem de maneira rápida e eficiente ou ainda opera em trâmites aduaneiros.

Até a segunda semana de outubro, as exportações atingiram US$ 221,25 bilhões. Já as importações chegaram a US$ 162,746 bilhões. Isso significa que os negócios com outros países resultaram em um superavit de US$ 58,504 bilhões na balança comercial brasileira no período, Secretaria de Comércio Exterior (Secex), vinculada ao Ministério da Economia.

Diante dos números expressivos que envolvem essa atividade, o professor Júlio César Zilli, líder do Núcleo de Estudos em Gestão e Negócios Internacionais da Unesc, afirma que o mercado de trabalho está superaquecido. “Seja nas áreas comercial, logística, documental ou financeira. O Brasil e Santa Catarina estão com crescimento nas exportações e nas importações, o que acarreta na necessidade de profissionais cada vez mais preparados tecnicamente e, sobretudo, no quesito comportamental”, observa o docente, que também é consultor em Negócios Internacionais.

Necessidades do mercado

No entanto, para chegar apto ao mercado de trabalho, este profissional precisa encontrar um equilíbrio em outra balança: a da prática com a teoria. O especialista na área relata que o contexto universitário compreende cada vez mais que o conhecimento teórico deve estar atrelado a uma prática, em consonância com as necessidades do mundo cada vez mais globalizado. Zilli percebe que as grades curriculares dos cursos de formação superior estão alinhadas a uma nova realidade, seja pela inserção das novas tecnologias, seja pelas características de uma nova geração de estudantes.

“Outro ponto bastante importante são os programas de iniciação científica e extensão das universidades, proporcionando que os acadêmicos desenvolvam suas habilidades. No contexto do comércio exterior, podemos destacar o Programa de Qualificação para Exportação desenvolvido pela Unesc em parceria com a Apex Brasil, o Programa Prata da Casa, que visa compartilhar conhecimentos e experiências de egressos, proporcionando uma visão sistêmica do mercado de trabalho, bem como a inserção dos acadêmicos no mercado de atuação da profissão e o Programa de Imersão Empresarial – Prime Class e Prime Experience, que também focalizam a formação e o contato com o setor produtivo”,  destaca o professor.

Além das experiências oferecidas pelos cursos superiores, o docente observa que a prática é resultado de muito estudo e dedicação. Então a recomendação é que os interessados nesta profissão procurem estar alinhados a uma rede colaborativa de cursos, treinamentos e vivências.

“A rede possibilitará que oportunidades surjam, que você esteja conectado com um grupo, e por meio desta rede você estará imerso a demandas necessárias para estar cada vez mais competitivo. Procure desenvolver parcerias, priorize o aprendizado e as conexões antes do retorno financeiro, pois com o desenvolvimento de suas habilidades, o retorno financeiro será uma consequência”, aconselha.

Por fim, o professor acrescenta que estudo constante em idiomas, capacidade de adaptação e atualização frequente são características importantes para quem atua nesta profissão, já que procedimentos, normas, regulamentos aduaneiros estão sempre em renovação.