Exportações: manufaturados, semimanufaturados e básicos tiveram queda

Vendas nestas três categorias tiveram reduções que variaram entre 2 e 51%

Vendas de plataforma para extração de petróleo teve queda de 51,4% em 2019 Foto: Geraldo Falcão/ Agência Petrobras

As exportações brasileiras em 2019 apresentaram diminuição nas vendas das três categorias de produtos: manufaturados (-11,1%), para US$ 77,452 bilhões; semimanufaturados (-8%), para US$ 28,378 bilhões; e básicos (-2%), para US$ 118,180 bilhões. Nos manufaturados, além da retração em plataforma para extração de petróleo (-51,4%), destaca-se a diminuição das vendas de veículos de carga (-35,3%), automóveis de passageiros (-27,5%), laminados planos de ferro/aço (-22,8%), autopeças (-18,8%) e polímeros plásticos (-14,1%).

Já nos semimanufaturados, as maiores quedas ocorreram nas vendas de óleo de soja em bruto (-36,9%), couros e peles (-21,3%), semimanufaturados de ferro/aço (-17,9%), açúcar em bruto (-17,1%), celulose (-10,3%) e madeira serrada ou fendida (-10,2%). Nos produtos básicos, houve diminuição da receita de soja em grãos (-21,3%), minério de cobre (-15,7%), farelo de soja (-12,9%) e petróleo em bruto (-7,1%).

Segundo o secretário de Comércio Exterior da Secint, Lucas Ferraz, o desempenho da balança comercial brasileira em 2019 refletiu aspectos adversos da conjuntura internacional, como o menor crescimento do PIB mundial – de 3,5% em 2018 para 3% no ano passado – e do comércio mundial – de 3,7% para 1,2%. “O crescimento do comércio global em 2019 é o menor em uma década, desde 2009”, salientou.

Além disso, o Brasil sentiu diretamente os impactos do aprofundamento da crise argentina, que afetou as exportações de manufaturados, principalmente automóveis e autopeças, com redução de US$ 5,2 bilhões. Outro problema foi a crise da febre suína na China, que teve impacto negativo de US$ 6,7 bilhões sobre as exportações de soja, “nem de longe compensado pelo aumento das exportações de carne”.

Sem esses dois fatores, o volume das exportações brasileiras sairia de uma redução de 0,3% para uma alta de 2% em 2019, superando o crescimento médio mundial, de 1,2%. “Quando medimos o comércio em volume embarcado por toneladas e neutralizamos os choques de curto prazo, vemos que estamos crescendo 67% acima do desempenho mundial”, demonstrou Ferraz.