Dirigente europeia defende taxar importações de quem polui

Em Davos, a presidente da CE afirma que economia do bloco não pode sofrer "concorrência injusta" de países com altas emissões de gases do efeito estufa

Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, Foto: World Economic Forum / Boris Baldinger

A proposta é ousada e defendida pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Ela propõe taxar importações de quem polui. O aviso foi feito aos principais parceiros econômicos do bloco para a criação de uma taxa de carbono sobre as importações da União Europeia (UE) para compensar o que chamou de concorrência injusta.

Não há sentido em reduzir as emissões de gases do efeito estufa em casa [na Europa] se aumentarmos as importações de dióxido de carbono do exterior. É uma questão de justiça perante nossas empresas e nossos trabalhadores. E vamos protegê-los de concorrência injusta”, afirmou Von der Leyen perante a plateia do Fórum Econômico Mundial, em Davos, nesta quarta-feira (22/01).

Recentemente, a Comissão Europeia defendeu que o bloco alcance um balanço líquido de emissões igual a zero até 2050. Para isso, apresentou um plano de transição ao custo de € 1 trilhão de euros, dos quais um terço de investimentos privados.

Von der Leyen elogiou o sistema de comércio de emissões da Califórnia e também a China pela criação de um mercado de carbono. Se medidas como essas virarem uma “tendência mundial, então não haverá mais necessidade de taxas de carbono nas alfândegas”, acrescentou.

O presidente da França, Emmanuel Macron, tem defendido a ideia de uma taxa de carbono sobre as importações europeias de países que não assinaram o Acordo de Paris e que não têm legislações sobre emissões de CO2 tão rígidas como as europeias.