Como pequenas e médias empresas podem exportar

Planejamento e estratégia são fundamentais para driblas obstáculos e enfrentar a competitividade do setor

Ex-diretora da Apex-Brasil, Márcia Nejaim, avalia que mercado interno brasileiro é muito grande, mas não se deve ignorar o mercado externo

O tema exportação geralmente é relacionado com grandes negócios e grandes corporações. Pode parecer algo intangível diante da complexidade, mas pequenas e médias empresas podem exportar. Só que nem sempre tudo aparenta exatamente como ser e com preparação e planejamento o mercado internacional pode virar uma realidade para os pequenos e médios empresários. Segundo o último levantamento divulgado pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), em 2016, 80% das empresas exportadoras brasileiras eram de pequeno e médio porte.

Preparação

Para alguns especialistas uma das primeiras e principais avaliações que de ser feita é a questão financeira e a capacidade de produção, pois, a exportação não deve prejudicar a operação e a manutenção do fornecimento do mercado interno, já consolidado. O pequeno e médio empresário deve-se se questionar: será viável aumentar a produção? Serão necessários investimentos? A abertura de um novo turno de trabalho pode resolver? A exportação deve surgir como algo desafiador ao invés de ser uma fonte de problemas. São perguntas que devem ser feitas para avaliar se pequenas e médias empresas podem exportar.

Mudança cultural

A inserção no mercado internacional ainda é pequena se comparada à enorme capacidade produtiva do país. O Brasil é a sétima economia do mundo, mas apenas o 25º exportador mundial. Para a ex-diretora de negócios da Apex-Brasil, Márcia Nejaim, os empresários concentram esforços para a atender a demanda interna e com isso deixam de olhar para as oportunidades externas. “O mercado interno brasileiro é muito grande, mas não se deve deixar de olhar para o mercado externo. É uma questão de trabalhar para mudar a cultura do empresariado brasileiro”, avalia.

Estratégia de longo prazo

É claro que o sucesso nos negócios internacionais não acontece da noite para o dia. É fundamental que a exportação faça parte de uma estratégia de longo prazo, e não seja apenas uma decisão pontual para responder a uma demanda esporádica ou até mesmo queda de vendas no mercado interno. O planejamento da empresa deve estar conectado com esta cultura empresarial.

Driblar obstáculos

Com planejamento e acesso à informação as empresas podem buscar oportunidades de negócios e se preparar sobre os procedimentos necessários para exportar.

“É preciso, desde o início do processo, entender como funcionam os trâmites burocráticos de comércio exterior, quais os melhores mercados para os produtos da empresa, quais as especificações e barreiras para se acessar esses mercados, os melhores canais de distribuição, entre tantos outros”, lembra Márcia.

Cultura externa

Já falamos em cultura interna da empresa, mas é preciso lembrar também sobre os costumes do mercado que será explorado. Em muitos países as cores, as embalagens e até mesmo o paladar do consumidor é bem diferente do mercado brasileiro. Então é válida também uma pesquisa sobre este tema e o que será preciso de adaptação na produção para se agradar o consumidor externo. Não de pode esquecer também da legislação e normas técnicas para avaliar se pequenas e médias empresas podem exportar.

Como entrar

Uma forma de entrada no mercado de exportação para as pequenas e médias empresas é fazer parcerias com distribuidores e representantes estrangeiros que tem pleno conhecimento do mercado local. Isso contribui para diminuir custos de operação, por exemplo. A orientação de uma boa assessoria jurídica também auxiliará na elaboração de contratos em concordância com a legislação internacional e que assegurem todos os direitos em caso de imprevistos.

Competitividade

As exigências do mercado externo também podem dar ganhos de competitividade no mercado interno para as empresas. Os negócios internacionais trarão mais conhecimento, inovação, diversificação na fonte de receitas, renovação da base de clientes e melhorias que poderão ser refletidas em uma nova cultura empreendedora.

Plano Nacional da Cultura Exportadora (PNCE)

As empresas interessadas têm ainda no Plano nacional da Cultura Exportadora (PNCE) uma rede de apoio ao fomento às exportações brasileiras. O Plano integra a Política de Comércio Exterior do Governo Federal, e por ele busca-se difundir a cultura exportadora e dessa forma ampliar o número de empresas envolvidas em negócios internacionais. O PNCE tem a participação de entidades nacionais, governos estaduais e distrital, além de representações regionais. Mais informações podem ser obtidas em http://www.mdic.gov.br/index.php/comercio-exterior/pnce.

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