Como funciona um container reefer?

Equipamento conta com dispositivo para controle de temperatura

Crédito da imagem: ONE-Line

Reefer provém de “refrigerated”, ou seja, refrigerado. Simplificando, os containers frigoríficos são grandes geladeiras utilizadas para armazenar e, sobretudo, transportar cargas que demandam controle de temperatura. Frutas, carnes, laticínios e também produtos farmacêuticos são os mais comuns veiculados nesta categoria de equipamento.

A estrutura do reefer é primordialmente composta de liga de aço galvanizado e duralumínio. Esse tipo de container possui isolamento térmico de poliuretano de dez centímetros e acabamento em inox nas paredes internas. Desta forma, são resistentes a abrasivos e corrosivos, podendo suportar condições climáticas extremas – do sol escaldante a tempestades dantescas com altíssima salinidade.

Em geral, o reefer dispõe de um sistema de refrigeração localizado na parte frontal (oposta à porta), no qual normalmente se utilizam fluídos refrigerantes do tipo R-134A e R-404A. Esse dispositivo é basicamente formado por um compressor, condensador, entrada de ar, controlador externo e instrumento de expansão e evaporação (similar a um freezer doméstico, porém em uma escala maior). Embora menos comuns, também se observa o emprego de aparelhos de ar-condicionado convencionais em alguns casos.

Eficientes, duráveis e potentes para garantir temperatura controlada

Essas unidades são projetadas de modo a fornecer ar resfriado pelo chão, de baixo para cima, através de decks em forma de “T”. O sistema de refrigeração possibilita que um fluxo consistente e uniforme de ar seja distribuído por toda área interna do container de maneira equilibrada. Isso ajuda a garantir a conservação da temperatura, de -25°C a 25°C, de acordo com a necessidade.

Aliada a um eficaz isolamento térmico, a estabilidade da temperatura ambiente interna não sofre influências externas. Ademais, o ambiente devidamente lacrado se torna à prova de insetos e outras pragas, impedindo o acesso de quaisquer contaminantes durante o armazenamento. Vale ressaltar que um reefer não é projetado para diminuir ou aumentar a temperatura da carga, mas sim mantê-la na condição preestabelecida – seja ela congelada, fria ou quente.

A principal sacada dos containers refrigerados é o fluxo de ar interno, uma vez que, mesmo havendo uma carga máxima, ele jamais deve ser bloqueado. Por isso, é fundamental respeitar as linhas que demarcam tais limites, a fim de garantir que o ar percorra pela parte inferior e retorne por cima até chegar ao evaporador, ocasionando harmoniosa troca de calor.

Confira um vídeo institucional da Maersk sobre o funcionamento de um reefer:

Dimensões do reefer

As medidas do reefer seguem o padrão dos containers Dry e HC de 20’ (seis metros) ou 40’ (12 metros). Contudo, devido à ocupação do aparato de resfriamento e necessidade de uma disposição específica das mercadorias, o espaço interno tende a ser menor. Eles são conectados diretamente à rede trifásica e o consumo médio, após a estabilização, é de 5 KW/h. A tensão de alimentação de energia é de 440 V/60 Hz.

Utilização do container desligado favorece cadeia logística

Apesar de designado ao uso ligado, o container reefer também pode ser utilizado desligado, especialmente na importação de cargas secas. O Brasil, por exemplo, exporta cargas congeladas em uma proporção muito maior do que as importa. Neste sentido, tornou-se comum a utilização de containers NOR (Non-Operating Reefer, isto é, um reefer desligado) nas importações a fim de reposicionar esse tipo de equipamento.

Esse tipo de operação não apenas evita o déficit de equipamentos disponíveis nos terminais brasileiros como também oportuniza a redução de custos a quem importa, haja vista que o custo de um NOR costuma ser menor a de um Dry.

 

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