China reduz voos e suspende entrada de estrangeiros no país

Medidas visam evitar novos casos importados de contaminação por coronavírus

Objetivo do governo é reduzir a entrada de pessoas no país, minimizando chances de casos importados de Covid-19 | Foto: China Daily/Agencies

A partir deste sábado (28), está suspensa a entrada de estrangeiros na China. A medida adotada pelo governo tem caráter temporário e está relacionada à rápida disseminação do novo coronavírus (Covid-19) no mundo. Com isso, estão impedidos de ingressar no país os estrangeiros titulares de visto válido ou de autorização de residência. A barreira também ocorre com os passageiros de outros países que possuem cartões de viagens de negócio da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC, em inglês).

Conforme o Ministério das Relações Exteriores da China, a suspensão envolve visto de porto e também casos isentos de visto, como a política de trânsito 24/72/144 horas e de 144 horas para estrangeiros de Hong Kong e Macau. Já a entrada com visto diplomático, oficial, de cortesia ou C não será afetada. Os estrangeiros que se deslocam à China para participar de atividades econômicas, comerciais, científicas e tecnológicas necessárias e humanitárias urgentes podem solicitar vistos de embaixadas e consulados chineses no exterior. Autorizações emitidas após o anúncio da suspensão não serão afetadas.

A medida foi adotada de forma preventiva pelo governo, pela incidência constante de casos importados de coronavírus. Dos 55 novos pacientes anunciados nesta sexta-feira (27), 54 são pessoas com histórico de viagem recente ao exterior. O único contágio local foi registrado na província de Zhejiang, no leste do país.

Redução dos voos internacionais

Relacionado a isso, o governo chinês também anunciou a redução do número de voos internacionais de passageiros. Com a determinação, as companhias aéreas chinesas só poderão manter uma rota para qualquer país, com apenas um voo por semana. As empresas estrangeiras também manter apenas um voo semanal com destino à China.

Conforme a Administração de Aviação Civil da China, as companhias aéreas precisam seguir taxa de ocupação de passageiros inferior a 75%. De acordo com as autoridades, não está descartada a possibilidade de uma redução maior no número de voos no país. Essas determinações entram em vigor a partir deste domingo (29).

Ajuda aos EUA na luta contra o Covid-19

Nesta sexta-feira, os presidentes chinês, Xi Jinping, e norte-americano, Donald Trump, conversaram sobre medidas contra o Covid-19. Segundo a Reuters, a China ofereceu apoio aos EUA no combate ao coronavírus, já que a perspectiva é que o país se torne o próximo epicentro da pandemia. Nos Estados Unidos, já são aproximadamente 85 mil infectados e mais de 1,2 mil mortes pela doença.

A oferta de assistência de Xi ocorreu em meio a troca de acusações entre os dois países. Nas últimas semanas, Trump e algumas autoridades norte-americanas acusaram a China de falta de transparência em informações sobre a doença, chamando de “vírus da China”.