Cabotagem cresce 10,5% nos primeiros meses de 2020

Somente em janeiro e fevereiro, 29 milhões de toneladas foram transportadas entre portos brasileiros

Foto: Reprodução/Companhia Docas do Rio de Janeiro

O transporte de mercadorias por cabotagem registrou recorde nos primeiros meses de 2020. Apenas em janeiro e fevereiro deste ano foram transportadas entre os portos brasileiros 29 milhões de toneladas. O resultado representa crescimento de 10,54% em relação ao mesmo período de 2019, quando foram registradas 26,2 milhões de toneladas. Os dados são do Estatístico Aquaviário da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).

Conforme o levantamento, a movimentação na cabotagem também apresentou crescimento no período. O aumento foi de 8,9% em relação a janeiro e fevereiro do ano passado, totalizando 39,8 milhões de toneladas. O volume transportado nesse tipo de navegação é o maior, desde 2010, registrado para o bimestre.

Do total transportado na cabotagem nos dois primeiros meses de 2020, 79,8% foram movimentados por portos privados. Eles somaram 23,2 milhões de toneladas no período. Já os portos públicos registraram 5,9 milhões de toneladas (ou 20,2%). Em ambos os casos, o bimestre encerrou com alta na demanda para a época, alcançando aumentos de 7,38% e 25,1%, respectivamente.

Fonte: Estatístico Aquaviário/Antaq

Perfil das cargas movimentadas

Em relação ao perfil das mercadorias, dois tipos registraram aumento e dois recuaram no bimestre. Os crescimentos estão associados aos granéis sólidos (127,8%) e cargas conteinerizadas (6,9%). Essas classificações corresponderam a 7,3 mi e 2,4 mi de toneladas, respectivamente. Já as reduções foram de granéis líquidos e gasosos (-6,5%) e carga geral (-17,2%). Nesses casos, o total transportado foi de 18,4 milhões e 957 mil toneladas.

Quanto aos principais grupos de produtos, as maiores altas, segundo a Antaq, foram de pasta de celulose (30%), bauxita (35%), minério de ferro (11,7%) e petróleo e derivados (13%). Em compensação, as maiores quedas, na comparação 2020/2019, foram de ferro e aço (-30,7%) e madeira (-42,2%).

Origem e destino

O Estatístico Aquaviário aponta as bacias de Santos (SP) e Campos (RJ) como principais pontos de origem dessas cargas. Também apresentaram destaque no bimestre os portos públicos de Vitória (ES) e o Terminal Trombetas (privado – PA).

Já entre as principais instalações de destino estavam os portos privados de São Sebastião (SP), Angra dos Reis e Ilha D’Água (RJ) e o porto público de Suape (PE).

Cabotagem X Covid-19

Segundo a Antaq, o levantamento produzido por meio da Gerência de Estatística e Avaliação de Desempenho mostra o comportamento da movimentação de cargas quando a pandemia de Covid-19 já assolava a província de Yuhan, na China, além de outros países asiáticos e parte da Europa.

“O constante crescimento do transporte de cabotagem no país, que mesmo com a pandemia da Covid-19 já afetando o mercado asiático e que poderia trazer à época uma certa apreensão, apresentou resultado recorde no período de janeiro e fevereiro último, registrando o maior volume transportado nesse tipo de navegação desde 2010, quer pelos portos públicos quer pelos portos privados”, observou o gerente substituto de Estatística e Avaliação de Desempenho da Antaq, Leopoldo Kirchner.

 

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