Brasil cai no ranking mundial de ambiente de negócios

Governo Federal diz que dados coletados ainda não refletem as ações implementadas em 2019

O Secretário Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos Da Costa; o Diretor do Departamento Nacional de Registro Empresarial e Integração da Secretaria de Governo Digital, André Ramos; e o secretário especial de Modernização do Estado da Secretaria Geral da Presidência da República, José Ricardo da Veiga, falaram sobre o relatório Doing Business, do Banco Mundial, e sobre as medidas em implementação e já implementadas para melhorar o ambiente de negócios no Brasil. Foto: Washington Costa/Ministério da Economia

O Banco Mundial acaba de divulgar o indicador Doing Business relativo a 2019 e que posiciona o Brasil na incômoda 124ª posição no mundo. Em 2018 a posição era a 109ª. O ranking avalia o ambiente de negócios de 190 economias.

O Governo Federal alega que os dados foram coletados de fevereiro a março deste ano, ainda sem capturar as ações implementadas pelo atual governo e que já teria um impacto positivo no ambiente de negócios no país.

Segundo o secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos Da Costa, o governo brasileiro reconhece a importância dos indicadores e vem implementando desde o primeiro semestre medidas contundentes para melhorar o ambiente de negócios em todas as regiões do país.

O impacto dessas medidas começa a ser sentido na melhora da atividade econômica e nos indicadores de emprego”, avalia.

Alguns exemplos de que o Brasil muda de rumo em direção a um melhor ambiente para investidores, empresários e sociedade são a diminuição da taxa básica de juros a um nível recorde, a retomada da geração de empregos, a lei da liberdade econômica, a aprovação do cadastro positivo e a aprovação da reforma da previdência.

No último relatório Doing Business alguns indicadores tiveram crescimento, como registro de propriedades (+4), obtenção de alvará de construção (+5) e abertura de empresas (+2). Mas as melhorias já implementadas e em implementação desde o início do 2019 ainda não foram medidas pelo índice.

Doing Business

O Doing Business avalia, desde 2002, a facilidade de realização de negócios em 190 economias, utilizando como parâmetro a maior cidade de negócios de cada país. Nas economias com mais de 100 milhões de habitantes, a pesquisa é aplicada nas duas maiores cidades.

O primeiro lugar do Doing Business foi ocupado pela Nova Zelândia, seguida por Cingapura e Hong Kong. O Brasil ficou bem atrás de países como China (31º colocado), Turquia (33º), Chile (59º) e México (60º). Por outro lado, ficou à frente de vizinhos como Argentina (126º) e Venezuela (188º).

No Brasil, os questionários medem as realidades de São Paulo e do Rio de Janeiro. O Doing Business avalia, por meio de questionários aplicados, dez fatores específicos nesses locais: obtenção de alvará de construção; registro de propriedade; abertura de empresas; resolução de insolvência; pagamento de impostos; comércio internacional; obtenção de crédito; execução de contratos; proteção de investidores minoritários; e obtenção de eletricidade. A classificação geral do país é calculada com base na média da pontuação de cada um desses temas.

Resultados

O quadro abaixo demonstra a pontuação de cada tema e sua respectiva classificação de 2019 e 2020, bem como a classificação geral do Brasil:

INDICADOR 2019 2020
Pontos Classificação Pontos Classificação Var. Class.
Obtenção de alvará de construção 49,86 175ª 51,90 170ª +5
Registro de propriedade 51,94 137ª 54,10 133ª +4
Abertura de empresas 80,23 140ª 81,30 138ª +2
Resolução de insolvência 48,48 77ª 50,40 77ª 0
Pagamento de Impostos 34,40 184ª 34,40 184ª 0
Comércio Internacional 69,85 106ª 69,90 108ª -2
Obtenção de crédito 50,00 99ª 50,00 104ª -5
Execução de contratos 66,00 48ª 64,10 58ª -10
Proteção de investidores minoritários 65,00 48ª 62,00 61ª -13
Obtenção de eletricidade 84,37 40ª 72,80 98ª -58
Brasil 58,6* 109ª 59,1 124ª -15

A tabela abaixo demonstra o posicionamento do Brasil de 2010 a 2020.

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
129ª 120ª 126ª 130ª 116ª 120ª 116ª 123ª 125ª 109ª 124ª

Para Da Costa, a piora no indicador geral traz luz à dimensão do problema a ser enfrentado e reforça a necessidade e a urgência da implementação de uma ampla agenda de reformas para que o país chegue a 2022 na posição de 50º do ranking. “Estamos implementando um ambicioso conjunto de reformas, que será intensificado agora, após a aprovação da reforma da Previdência. Temos certeza de que no ano que vem o índice já vai captar o resultado desse trabalho”, conclui.