Bolívia: liberação de cargas segue lenta na fronteira

Trânsito de caminhões ficou paralisado por três semanas e prejudicou trabalho de transportadoras

Fronteira com a Bolívia foi reaberta e normalização do trânsito de caminhões é lenta. Foto de CivArmy - CC BY-SA 4.0

O trabalho de transportadoras e caminhoneiros que atuam na rota Brasil-Bolívia segue prejudicado devido aos conflitos e crise política do país. A fronteira, em Corumbá-MS, foi reaberta na semana passada, mas a liberação de cargas segue com lentidão.

As senhas para ingresso ou desembaraço de mercadorias estão sendo liberadas, mas devido ao acúmulo caminhões, ainda há demora após cinco dias da retomada do serviço. As questões de segurança também preocupam os motoristas, já que os protesto e conflitos continuam no país.

“Começamos a tirar senha no recinto alfandegado na quarta-feira dia 13, porém, o ingresso/desembaraço está bastante lento devido a muita carga acumulada nos terminais alfandegados como também nos armazéns de todas as transportadoras localizadas na divisa” relata Daiana Zirzanowsky, da BNU Transportes, de Blumenau.

“Nesses 21 dias de greve fomos muito afetados nas coletas e embarques das mercadorias. As fábricas não estavam liberando as coletas com receio de gerar algum tipo de custo extra ou estadias de suas mercadorias que pudessem ficar paradas na fronteira até o término das manifestações. As fábricas em geral estavam com produtos prontos na expedição, mas aguardavam pela autorização de seus clientes na Bolívia para então fazer o despacho para a transportadora responsável”, acrescenta.

A crise na Bolívia

A crise na Bolívia teve início a partir do resultado das eleições presidenciais de 20 de outubro. O então presidente Evo Morales teria sido reeleito, mas com o resultado das eleições sendo questionado pelos opositores e depois entidades internacionais.

Desde então uma série de protestos foi realizada pelo país, incluindo regiões de fronteira, e que culminaram com a renúncia de Morales em 10 de novembro. A senadora Jeanine Áñez se autoproclamou presidente do país com o compromisso de convocar novas eleições.