A Espera pelas Feiras de Negócios Internacionais

Sem eventos presenciais desde março de 2020, empresas projetam a retomada das transações olho no olho

Um ano após o mundo ter notícias dos primeiros casos do novo coronavírus, a chegada da vacina contra a Covid-19 e todo o conhecimento científico disseminado têm feito os setores mais afetados sonhar com uma retomada das atividades. Na área de eventos, praticamente parada desde março de 2020, a expectativa pelas feiras de negócios internacionais é grande, principalmente em países mais avançados no combate ao vírus, onde a vacinação progride, as mortes e os casos diminuem e a economia emite sinais positivos.

De olho neste contexto, empresários aguardam com ansiedade o retorno das feiras de negócios. O diretor da UNQ Import & Export, Marcelo Raupp, é um deles. Experiente em negociações envolvendo a China, Raupp avalia que o país asiático está à frente na retomada de atividades e, por isso, acredita que ainda neste ano as feiras de maneira presencial voltem por lá.

A China, o primeiro epicentro de Covid-19 no mundo, também tem sido um dos primeiros países a demonstrar recuperação econômica e a volta de todas as atividades. Em 2020, o Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 2,3% em comparação ao ano anterior. A informação foi divulgada pelo Departamento Nacional de Estatísticas. A alta do PIB foi alavancada pelos bons resultados dos últimos três meses do ano passado, quando a economia chinesa cresceu 6,5%, comparada ao mesmo período de 2019.

“Não vejo isso em outros países de forma tão intensa quanto na China. Desde o ano passado eles voltaram a ter uma vida normal pelo controle interno da pandemia. Vejo a China muito mais bem preparada para voltar a receber eventos, mas com controle sanitário muito mais rigoroso”, observa Raupp.

Enquanto o futuro das feiras presenciais ainda é incerto, uma certeza paira no setor de negócios. As novidades apresentadas serão ainda mais surpreendentes. Para Raupp, as novas descobertas e o desenvolvimento de pesquisas do último ano não ficaram restritos apenas às soluções de combate à pandemia.

“Os trabalhos também continuaram em outras áreas, então as novidades que virão serão muito mais intensas. Perdemos um ano basicamente de ver novas tecnologias, não só de aparelhos tecnológicos, mas também de tecidos, de plástico, de diferentes tipos. Então esse retorno das feiras, esse encontro pessoal, é a oportunidade de apresentar essas novidades para o mundo em si e voltar a ter o setor de negócios girando novamente”, ressalta o empresário.

Feiras internacionais e o Poder Público

Vitrines para o país e estados no exterior, as feiras de negócios também são bastante aguardadas pelo Poder Público. A secretária executiva de Assuntos Internacionais (SAI) do Governo de Santa Catarina, Daniella Abreu, diz que a demanda represada pelas feiras é muito grande e que o retorno tem sido esperado desde o ano passado.

Daniella acrescenta que alguns órgãos estaduais têm apontado eventos para o Governo participar, mas que não há nada definido. “No momento não temos uma posição de que vai haver essa retomada. Os calendários estão sendo atualizados de tempos em tempos e ainda não temos nada internacional na agenda”, relata Daniella.

Limitações do formato online

Assim como shows, reuniões e comemorações foram para o campo virtual em função da pandemia, as feiras de negócios também deram um jeito de se organizar de maneira online. Mas a alternativa encontrada esbarra em questões que só a modalidade presencial proporciona.

O toque e o visual são características dos encontros in loco apontadas pelo empresário Marcelo Raupp como essenciais numa transação. “A online não é tão visual. Você entra num hall de potenciais fornecedores e marca um meeting, sem saber exatamente o produto que ele tem, porque não é algo exposto, como nas feiras. Quando está no local, você encontra uma gama de potenciais fornecedores e visualmente faz a seleção. Os resultados são melhores”, explica.

O empresário também observa que para negócios internacionais as diferenças são ainda mais evidentes. Envolve cultura, legislação e questões administrativas próprias de cada país.

“O contato pessoal é muito importante para dirimir riscos, reduzir inseguranças e aumentar resultados, que é o objetivo dessa aproximação”.

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